O bicho vai pegar!

     Hoje o São Paulo dará início a uma Nova Era, ou ao menos tentará. Emerson Leão estará à frente da equipe que enfrenta o Libertad, às 21h50, no Paraguai, em busca de uma vaga nas quartas-de-finais da Copa Sul-Americana, que passou a ser de extrema importância para o clube por dar vaga para a Libertadores do próximo ano ao campeão.
     Essa é a segunda passagem de Leão pelo Tricolor. A primeira foi entre 2004 e 2005, e a situação era muito semelhante à vivida neste momento. O São Paulo era considerado por muitos um time sem brio, determinação, vontade, e era chamado por sua própria torcida de “time amarelão”. O treinador chegou, “rugiu” forte no Morumbi, colocou o time nos eixos e levou a equipe da sétima para a terceira posição do BR-04, garantindo vaga na Libertadores de 2005.
     Com um comportamento totalmente diferente dentro de campo, o São Paulo passou a ser chamado de “time cascudo”, e mostrava isso nas partidas, como foi contra o Palmeiras, ainda pelo Brasileiro de 2004, quando arrancou a virada por 2x1 no último lance da partida. (Veja o vídeo abaixo)

     No ano seguinte, o “Mais Querido” venceu com sobras o Campeonato Paulista, que era disputado por pontos corridos. O jogo que valeu o título foi contra o Santos, um empate em 0x0, na cidade de Mogi. O mandante da partida era o time da baixada, que optou por levar o jogo para o interior do Estado, evitando que o “Soberano” pudesse comemorar a conquista na Vila Belmiro.
     Com boa campanha na Libertadores, Leão surpreendeu a todos, “abandonando o barco” e indo para o Japão, dizendo que tinha uma “dívida” com um amigo e precisava o ajudar a tirar o time japonês da zona de rebaixamento.
     Leão se foi e caiu para a segunda divisão japonesa, Paulo Autuori chegou, e com a base montada por Leão, fez apenas pequenos ajustes e conquistou a América e o Mundo a frente do Tricolor.
     Antes de deixar o São Paulo, ele disse que voltaria para completar sua história dentro do clube, e eis que seis anos e meio depois surge a oportunidade. Leão volta ao Morumbi com a missão novamente de conduzir a equipe, que mais uma vez é taxada de descomprometida, para a disputa da Libertadores. Será que o filme irá se repetir?

     Um simples empate hoje levará o São Paulo adiante na competição. O jogo estava previamente marcado para o Estádio Defensores Del Chaco, em Assunción, com capacidade para 60 mil espectadores, mas o Libertad conseguiu – com uma “forcinha” da Conmebol, vizinha do clube paraguaio – transferir o confronto para o Estádio Nicolas Leoz, com apenas 10 mil lugares, e promete pressionar o time do Morumbi.
     Nesse momento, Leão é, sem dúvida, o nome ideal para o cargo. Ainda mais pelo fato de que os “preferidos” da diretoria e parte da torcida estão empregados. Paulo Autuori, na seleção olímpica do Catar, e Felipão e Muricy Ramalho no Palmeiras e Santos, respectivamente.
     O que pesa contra é o contrato curto – se encerra em dezembro - que, se por um lado fará o treinador se doar ainda mais, por outro joga um peso desnecessário nele, o que pode se tornar negativo em seu trabalho e refletir no rendimento da equipe em campo.
     Os últimos comandantes do São Paulo não tinham como característica o pulso firme, a disciplina e “garra”. Desde a saída de Muricy, isso não existe no Tricolor. Leão é um sujeito enérgico, que cobra e exige que seus jogadores saiam de campo esgotados e com o uniforme “sujo”. Independente do resultado, ele quer ver o suor de seus atletas em campo, e é esse o real desejo da torcida são paulina.
     Afinal, ganhar ou perder faz parte do “show”, mas o mínimo que se exige é braveza e valentia daqueles que vestem a camisa mais emblemática e vitoriosa do futebol brasileiro!

     LEÃO NO SÃO PAULO

      45 jogos
      27 vitórias
      15 empates
      6 derrotas
      aproveitamento de 68,8% dos pontos disputados.


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